quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Na Valeta

O assunto já foi relatado aqui (Dia Ruim!) mas agora será contado pela visão do motorista, no caso eu, que não gostei nada dessa experiência assustadora.
 Só pra constar: um dia antes havíamos caído de moto; no dia do ocorrido a Dio estava com um mau-pressentimento; e eu também cheguei a comentar, enquanto íamos pra casa, que estava receoso em acelerá-la demais, devido a folga no volante e a sua instabilidade, enfim...
 Chegada a hora de ir pra casa, embarcamos na Efigênia e fomos. Percorremos bem o trajeto do mercado à minha casa, ou melhor, percorremos bem a maior parte, com os declives, as poucas curvas.... Já que é um rodovia, bem sossegado, mas nos metros finais, numa reta, levemente inclinada, a kombi puxa pro lado...
 Aquilo já tinha acontecido, dela bambear na pista, e a Dio já fala meu nome em tom de repreensão e do porque da ação, como se fosse uma brincadeira minha. Assim que ela se estabiliza na pista, eu indago: "Quê??", mostrando que tá tudo bem.
 Mas não foi o caso. Eu tentei controlá-la mas não consegui, a Dio bradou: "Glaykom!!", mas não deu tempo de ajeitar a situação e responder. Foi tudo muito rápido. É terrível, você percebe que não tem controle sobre a situação. Estava vindo uma carreta na outra pista e o pensamento que a gente poderia bater de frente com ela me assustou muito. Do outro lado da pista é uma ribanceira, sem acostamento, sem nada. Nesses casos de derrapagens e afins todo mundo sabe que o melhor a fazer é tirar os pés do pedais, e talvez meu cérebro tenha processado essa informação mas a minha ação não foi essa. Provavelmente pisei no freio e por fim saímos da pista, pro nosso lado mesmo, numa valeta, ficando em diagonal, com uma das rodas traseiras dentro do buraco. Assim que ela parou com um baque no barro, a porta do passageiro se abriu e a Diovana transpassou-a. Com o impacto ela deu uma leve inclinada e eu pensei que ela ia capotar. Não aconteceu, para nosso alívio. Mas foi assustador. Eu cheguei a cair no chão, mas me levantei rapidamente saindo lá pra fora atrás da Dio. Vi que a luz estava ligada e fui desligar. A Dio já estava de pé, dizendo que estava bem, e que estava preocupada com a Efigênia. Mesmo com todo o carinho que a gente tem por ela, é só um monte de lata, né? PQP! Ela insistiu que estava bem, daquele jeito braba dela falar (claro que não estava, e depois ela falou que estava dolorida). Os moradores duma casa, uns 10m a frente, saíram, querendo saber se alguém tinha tinha se machucado pra ligar pra ambulância e tudo mais...
 Ligamos pro pai, como sempre, e mais uma vez ele foi nos socorrer. Na verdade nós tentamos tirá-la de lá sozinhos, mas não obtivemos êxito. Ele chegou lá, e já saiu atrás de um conhecido que tinha um guincho, mas não encontrou ele em casa. Trouxe um pedaço de borracha pra amarrarmos e ver se dava certo.
 Desde a batida, até a saída, eu nunca tinha visto tanto movimento naquela parte da estrada, e como as pessoas não estão nem aí, pois mesmo com gente na pista, galhos colocados no chão, uma kombi caída na valeta com metade pra dentro da pista, passavam muito rápido e muito perto. Não consegui entender o porque....
 A Lisa e o Edson, que iriam lá em casa acabaram subindo lá, ajudar a encalhada. Amarrado a borracha, e esperando que não arrebentasse, forçamos e voltamos a pista facilmente, com a ajuda dos ali presentes. A porta não fechou mais. Chegamos em casa, jantamos, e assim passou aquela noite trágica...
 Na manhã seguinte, a constatação dos estragos: um lado do pára-choque solto; o outro lado amassado; uma calota torta; e a porta, que entortou a dobradiça de baixo, fazendo ela "fechar", enroscando uns centímetros antes do que deveria. Na verdade tínhamos que bater mais forte.
 Mesmo assim, como estava chovendo, iríamos com ela pro mercado, mas nos primeiros metros a porta abriu de repente, fazendo a gente abandonar a ideia, e deixando ela parada desde então.




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